Pneumotórax

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Ainda esta semana observei 3 doentes com Pneumotórax. Há semanas assim, em que por obra do acaso os doentes se agrupam por doenças. Três casos completamente diferentes!

Um espontâneo, num jovem fumador com bolhas de enfisema, outro traumático, devido a uma queda de bicicleta em que uma costela partida perfurou o pulmão e outro “iatrogénico”, ou seja, na sequência de um procedimento médico, no caso, uma biopsia pulmonar.

O que é afinal um Pneumotórax?

Bem, um Pneumotórax não é mais do que um colapso pulmonar, que ocorre quando ar entra para o Espaço Pleural.

Vamos lá a um pouco de anatomia… os nossos pulmões são revestidos por uma membrana fina – a Pleura Visceral. O interior da nossa caixa torácica é igualmente revestido pela mesma membrana – a Pleura Parietal.
As duas Pleuras, numa situação normal, estão encostadas uma à outra e tudo funciona em conjunto. Quando a caixa torácica expande, por ação dos músculos inspiratórios, os pulmões também expandem.
No entanto, quando o ar entrar para o espaço entre as duas pleuras, este mecanismo deixa de funcionar e o pulmão colapsa. É uma situação que exige uma observação imediata!

O que pode causar um Pneumotórax?

Um Pneumotórax pode, de um modo geral, ter 3 causas: doença médica, traumatismo e estilo de vida.

Entre as principais doenças que aumentam o risco de Pneumotórax estão enfisema, a doença pulmonar obstrutiva crónica, asma, tuberculose, cancro do pulmão e fibrose quística, entre outras menos frequentes.

As situações de traumatismo referem-se a acidentes de viação/trabalho, lesões por arma de fogo / arma branca, procedimentos médicos e ventilação mecânica. No estilo de vida vamos incluir o tabagismo, o uso drogas inaladas e o mergulho em profundidade.

Como se manifesta um Pneumotórax?

O Pneumotórax pode manifestar-se com dor aguda de um dos lados do tórax, que se agrava com a inspiração, sensação de falta de ar, cansaço fácil, tosse e aceleração do ritmo respiratório e cardíaco.

Como se trata um Pneumotórax?

O tratamento depende da causa, do tamanho e da gravidade do Pneumotórax.

Pode passar pela vigilância, nos casos de muito pequena dimensão e sem impacto clínico, sendo o ar do espaço pleural absorvido. No entanto, nos de maior dimensão e sintomáticos, é necessário inserir um dreno torácico para permitir a saída do ar e a expansão pulmonar. A intervenção cirúrgica, habitualmente minimamente invasiva, pode ser necessária nos casos em que continue a entrar ar para o espaço pleural, na ausência de expansão pulmonar, se houver colapso recorrente, se ambos os pulmões forem afetados e nos casos de lesão pulmonar por trauma.

Dr. Gustavo Reis
20 ago 2022